01/01/11

K3

K3

Amiguinhas & Amiguinhos!

Vocemecês sabem que houve uma guerra nas Áfricas que aqui se diziam portuguesas (Angola, Guiné e Moçambique), guerra essa que durou 13 anos — 13, fez morrer e estropiar muita gente, sacrificou gerações e só terminou — uau! — a 25 de Abril de 1974?

Se não sabem (e o não saber não é pecado, só é injustiça e grossa para com os milhares de vítimas) pois façam lá um esforço já que não têm nada a perder.

E agora leiam, s.f.f.

Nuno Dempster (autor de Londres, por nós editado) revisita o HORROR.

Felizmente para elas (que são vocês) as jovens gerações (sim: também de poetas) pouco ou nada sabem desse horror, não o sofreram na pele ou na psique — e até gramaram-que-se-fartaram o Apocalipse Now do Copolla, tão giro!

Pois.

Elegia, ou catarse, ou contrição, K3 (que tira nome de um quartel, subterrâneo, algures na Guiné) é, já se deixa ver, uma anti-epopeia, se quisermos, um anti-Lusíadas. Nuno Dempster escreveu-a, sofreu-a, para contrariar o esquecimento. Nosso. Vosso. Dele.

Palavra nossa: não conhecemos na literatura portuguesa, sobre o tema da guerra colonial, um documento poeticamente tão substancial — e substantivo.

E a coisa é de tal ordem que até passa muito bem, ou passará, sem «crítica literária»*! Vocês precisam dela para alguma coisa? Nós, não.


* As aspas remetem para a propaganda que se faz passar por crítica.
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Capa: Maria João Lopes Fernandes
64 pp.
Impressão: Gráfica Minerva
Tiragem: 300 exemplares
PVP: 12 €

3 comentários:

tem a palavra o povo disse...

um grande livro que nos descreve, não só a epopeia da guerra, mas a epopeia dum povo, tão mesclado de heroísmo como o nosso...tudo isto é uma emoção...o Nuno aqui...e o Victor...que dizer...o último dos editores surrealistas...não pelo movimento...surrealista com toda a carga conceituosa que a palavra exprime...parabéns Nuno...parabéns Victor Silva Tavares pela grandiosidade desta Odisseia...
um abraço
joão raimundo

© Maria Manuel disse...

li o livro e concordo consigo. nunca tinha lido sobre este tema desta maneira e, como diz: contra o esquecimento. infelizmente, a humanidade parece nada aprender com a sua história ou ter memória muito curta. um livro indispensável.

abraço.

tem a palavra o povo disse...

Olá Maria Manuel...gostei de ler o comentário...porque o livro é de facto uma jóia rara na nossa literatura moderna...e traduz a vivência atribulada dum povo destilado de tantas gestas e fundamentado em tantas mentiras encobertas...
também gosto da sua posição sobre a memória...a humanidade faz pouco uso do seu bem mais valioso...
saudações...um abraço..agora vou ao seu lugar