01/11/11
Linhas, cores, manchas, volumes — eis o básico com que se deve, no rectângulo das páginas, começar a copiar uma cidade. Assim haja mão, é por enquanto o mais fácil. Porque depois, há que encher, e depois há que habitar.
Com rigorosa concisão estilística, Vítor Nogueira «desenha» este seu novo livro de poemas como um pintor, ou arquitecto.
Afirmamos ser ele uma das vozes mais sérias e originais da poesia que hoje se escreve em português. Honra para nós publicá-lo. Proveito para quem o venha a ler.
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Capa: Luís Henriques
52 pp.
Impressão: Gráfica Minerva
PVP: 10 €
01/03/11
01/02/11
Linhas de Hartmann
Segundo o filósofo alemão Eduard von Hartmann, o pensamento lógico e a vontade ilógica emergem de um espírito inconsciente que anima o mundo. Ora, no livro de Paulo Tavares o sujeito poético sofre o atrito de uma «civilização urbana»(!) e de um modo de vida que conduzem à anulação, enredado que está (estamos todos) nessas linhas inconscientes mas de bem concretas origens e motivações: este viver quotidiano, quando não mói, mata.
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Capa: Maria João Lopes Fernandes
56 pp.
Impressão: Gráfica Minerva
Tiragem: 300 exemplares
PVP: 10.50 €
01/01/11
K3
Amiguinhas & Amiguinhos!
Vocemecês sabem que houve uma guerra nas Áfricas que aqui se diziam portuguesas (Angola, Guiné e Moçambique), guerra essa que durou 13 anos — 13, fez morrer e estropiar muita gente, sacrificou gerações e só terminou — uau! — a 25 de Abril de 1974?
Se não sabem (e o não saber não é pecado, só é injustiça e grossa para com os milhares de vítimas) pois façam lá um esforço já que não têm nada a perder.
E agora leiam, s.f.f.
Nuno Dempster (autor de Londres, por nós editado) revisita o HORROR.
Felizmente para elas (que são vocês) as jovens gerações (sim: também de poetas) pouco ou nada sabem desse horror, não o sofreram na pele ou na psique — e até gramaram-que-se-fartaram o Apocalipse Now do Copolla, tão giro!
Pois.
Elegia, ou catarse, ou contrição, K3 (que tira nome de um quartel, subterrâneo, algures na Guiné) é, já se deixa ver, uma anti-epopeia, se quisermos, um anti-Lusíadas. Nuno Dempster escreveu-a, sofreu-a, para contrariar o esquecimento. Nosso. Vosso. Dele.
Palavra nossa: não conhecemos na literatura portuguesa, sobre o tema da guerra colonial, um documento poeticamente tão substancial — e substantivo.
E a coisa é de tal ordem que até passa muito bem, ou passará, sem «crítica literária»*! Vocês precisam dela para alguma coisa? Nós, não.
* As aspas remetem para a propaganda que se faz passar por crítica.
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Capa: Maria João Lopes Fernandes
64 pp.
Impressão: Gráfica Minerva
Tiragem: 300 exemplares
PVP: 12 €
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